No final do ano passado o quadro político do município de São José dos Basílios parecia definido, tendo três pré-candidatos a prefeito: o ex-prefeito Francisco Ferreira de Sousa (Chico Riograndense) – PDT, o empresário João Barbosa - PR e o atual prefeito João da Cruz Ferreira – PMDB, que seria candidato a reeleição. Mas o fatídico assassinato de Chico Riograndense, ocorrido na manhã do dia 07 de janeiro, desencadeou uma série de acontecimentos que mudaram os rumos da política local: João da Cruz desistiu de ser candidato, resolveu apoiar João Barbosa e, com a desistência deste último, ambos lançaram como candidato do grupo o ex-vereador Creginaldo Rodrigues de Assis, o Farinha Paé – PV. Portanto, o quadro político atual mostra que a disputa entre os grupos políticos de São José dos Basílios permanece acirrada, entre os dois nomes que disputa o executivo municipal neste ano em São José dos Basílios.
No grupo de Chico Riograndense a definição do nome de seu filho, Francisco Walter Sousa - PSB para substituí-lo na disputa eleitoral deste ano ocorreu cerca de um mês após a morte do líder político. A partir desta definição, o grupo passou a ter um novo líder, que adotou o apelido político de seu pai, passando a ser chamado de Walter Riograndense. Para ele, o uso do “Riograndense” como sobrenome político é bem mais que uma estratégia de marketing, é uma homenagem ao pai falecido, que segundo Walter, deixou seu nome marcado na história do município: “Enquanto houver São José dos Basílios, Chico Riograndense será lembrado”- garante.
Aos 45 anos, Walter tem deixado de lado a atividade de comerciante, a qual se dedica há vários anos, para ingressar na política, transformando a angústia pela perda de seu pai em encorajamento para ir em busca de aliados que possam fortalecer a sua candidatura.
A reportagem do nosso Blog esteve em São José dos Basílios, onde entrevistamos o candidato Walter Riograndense, que nos recebeu enquanto fazia visitas a correligionários no município: falou de seu pai, fez críticas a administração atual, e garantiu ter certeza de que o assassinato de Chico Riograndense teve conotação política.
ENTREVISTA: WALTER RIOGRANDENSE
"O assassinato de meu pai teve conotação política"
BLOG: O que motivou a sua candidatura?
WALTER RIOGRANDENSE: Meu pai foi um grande líder político e teve duas experiências positivas como prefeito do município, por isso seria o candidato natural do grupo neste ano. Quando conversávamos, sempre concordamos que eu deveria ser o candidato, caso ele não o fosse. Um mês após o seu falecimento, reunimos a família e decidimos que eu seria o candidato, respeitando assim a vontade dele, e o seu anseio em voltar a administrar o município.
BLOG: O senhor acredita que a morte do seu pai teve ligação com a política?
WALTER RIOGRANDENSE: Sim. Eu certeza absoluta, embora não possa afirmar quem foi o mandante ou os executores. O assassinato de meu pai teve conotação política.
BLOG: Como o senhor avalia a administração do atual prefeito João da Cruz Ferreira?
WALTER RIOGRANDENSE: De 0 a 100 eu daria nota 0. A ineficácia da administração é visível e tem prejudicado a população. Áreas essenciais como a saúde, educação e segurança estão praticamente paradas. É uma péssima administração em todos os sentidos.
BLOG: Quais as principais diferenças entre as administrações de Chico Rio Grandense e João da Cruz?
WALTER RIOGRANDENSE: A administração de Chico Riograndense sempre foi fundamentada na seriedade e na responsabilidade com o dinheiro público, especialmente no pagamento do funcionalismo. No governo de João da Cruz, infelizmente, o que a acontece é o contrário, o que podemos constatar é a paralisação dos serviços básicos. Atualmente, os funcionários públicos reclamam de atraso no pagamento de salários de até três meses. Não se pode contratar um funcionário e achar que ele pode ficar três ou quatro meses sem receber.
BLOG: Com a morte de seu líder como está a organização do grupo político de Chico Riograndense?
WALTER RIOGRANDENSE: O grupo de Chico Riograndense está em ascensão. Até o falecimento de meu pai, os pré-candidatos tinham a seguinte representação na Câmara Municipal: O João Barbosa tinha três vereadores eleitos, o prefeito tinha três vereadores e o grupo de Chico Riograndense tinha os outros três vereadores. Por questões judiciais o prefeito não pôde ser candidato, o pré-candidato João Barbosa desistiu de sua candidatura e ambos decidiram que o candidato seria o senhor Creginaldo. Com essas mudanças, nós conseguimos dobrar a nossa representação na Câmara; tivemos as adesões de mais três vereadores: O grupo que surgiu da união entre João da Cruz e João Barbosa, hoje é liderado pelo senhor Creginaldo, que possui o apoio de três vereadores. O nosso grupo tem seis vereadores eleitos e vários candidatos a vereador com reais chances de serem eleitos.
BLOG: Mas a união entre os grupos de João Barbosa e João da Cruz não colabora para o fortalecimento da candidatura do Sr Creginaldo?
WALTER RIOGRANDENSE: Eu não consigo acreditar que alguém, como o atual prefeito, que tem um índice de rejeição em torno de 80% pode ajudar, eleitoralmente algum candidato. Um prefeito nessa situação não consegue votos.
BLOG: Por que você se considera a melhor alternativa?
WALTER RIOGRANDENSE: Basta fazer uma comparação entre os de meu pai e o atual governo. O funcionalismo era em dia, tinha merenda nas escolas, estradas vicinais eram reformadas anualmente, o hospital funcionava com médicos e enfermeiros, a farmácia básica atendia. Hoje nada disso funciona normalmente, então o povo precisa fazer uma avaliação e escolher se quer o continuísmo da péssima administração de João da Cruz, através de seu candidato ou se quer um governo estável, onde tudo funciona.